SALVAÇÃO ATRAVÉS DA RENÚNC
IA
Arjuna disse: eu desejo conhecer a natureza da
renúncia, e do sacrifício, e a diferença entre os dois, Ó Senhor Krishna
(18.01)
DEFINIÇÃO DE RENÚNCIA E DE
SACRIFÍCIO
O Senhor Krishna disse: os sábios definem a
renúncia como abstenção de todo trabalho para proveito próprio. O sábio define o
sacrifício como sendo livre do apego egoísta para os frutos de todo o trabalho
(Veja, também, 5.01, 5.05, e 6.01) (18.02).
Nós estamos usando a palavra
“renunciação” para Samnyasa, e “sacrifício”
para Tyaga, nesta tradução. Um renunciante (Samnyasi), não é proprietário
de nada. Um verdadeiro renunciante trabalha para os outros e vive para – e não
dos – outros. Samnyasa significa “completa renúncia” de “fazedor”, “possuidor”, e motivos pessoais
egoístas por detrás de uma ação; enquanto que Tyaga significa renúncia do apego
egoísta aos frutos de todo o trabalho, ou trabalho feito apenas para Deus. Uma
pessoa que faz serviço sacrificial (Seva), para Deus, é chamada de Tyagi ou um
karma Yogi. Assim, um Tyagi que pensa que ele ou ela é o fazedor de todos os
trabalhos apenas para o prazer de Deus irá sempre lembrar-se d´Ele. Portanto,
isto é mencionado no verso 12.12 que Tyaga é a melhor prática espiritual. A
palavra “Samnyasa”e “Tyaga”, são usadas de forma intercalada no Gita porque não
há, propriamente, uma diferença real
entre as duas (veja os versos 5.04, 5.050, 6.01, e 6.02). De acordo com o Gita,
Samnyasa não significa viver na floresta ou em qualquer outro lugar recluso,
fora da sociedade. Samnyasa é um estado da mente que é completamente desapegado
da consciência de resultado dos frutos do trabalho.
Todos desejam a paz da mente, mas
ela só é possível para aquele que trabalha para Deus, sem ser apegado aos
resultados das suas ações – e dedica os resultados de todo o seu trabalho para
Deus. Não é necessário que, semelhante ao que alguns “gurus” têm propagado, que
alguém ofereça toda a riqueza material, e suas posses, para alguma seita.
Alguns filósofos dizem que todo o trabalho é
cheio de falhas e devem ser abandonados, enquanto outros dizem que os atos do
sacrifício, caridade, e austeridade não devem ser abandonados
(18.03).
Ó Arjuna, escute Minha conclusão sobre o
sacrifício. O Sacrifício é dito que é de três tipos
(18.04).
Atos proveitosos, caridade, e austeridade não
devem ser abandonados, mas devem ser realizados porque serviço, caridade e
austeridade são os purificadores do sábio (18.05).
Mesmo aqueles trabalhos obrigatórios devem ser
realizados sem apego aos frutos dos resultados. Este é Meu conselho definitivo,
Ó Arjuna (18.060).
TRÊS TIPOS DE
SACRIFÍCIO
Abandone toda a obrigação que não é própria. O
abandono do trabalho obrigatório é devido à ilusão, e é declarado como estando
no modo da ignorância (18.07).
Aqueles que abandonam as obrigações, meramente
porque é difícil ou por causa do medo de uma aflição corpórea, não recebem os
benefícios dos sacrifícios, por realizarem sacrifícios semelhante ao modo da
paixão (18.08).
O trabalho obrigatório realizado como uma
obrigação, renunciando o apego egoísta pelos frutos, é considerado como um
sacrifício no modo da bondade (18.09).
A renúncia ao apego dos prazeres
sexuais é um sacrifício real (Tyaga). A perfeição do Tyaga vem somente após uma
pessoa tornar-se livre do domínio dos apegos e aversões (MB 12.162.17). Não há
melhor olho que o olho do auto-conhecimento, nem austeridade melhor do que a
verdade, nem dor maior do que o apego, e não há prazer maior igual ao Tyaga (MB
12.175.35). Uma pessoa não pode tornar-se feliz sem Tyaga; uma pessoa não pode
tornar-se corajosa sem Tyaga; e uma pessoa não pode alcançar a Deus sem Tyaga
(MB 12.176.22). Mesmo a felicidade do transe não poderá divertir mais do que o
propósito do divertimento. O Gita recomenda a renuncia enquanto vivendo no mundo
– não renunciar ao mundo como comumente é mal interpretado.
Cristo disse: se você quer a
perfeição, largue tudo o que você tem, e então siga-Me (Mateus, 19.21). Ninguém
pode servir a dois mestres. Você não pode servir tanto a Deus como o dinheiro –
os desejos materiais (Mateus, 6.24). Cristo não excitou em sacrificar a da Sua própria vida por nobres
ensinamentos. O Senhor Rama largou o Seu reino, e mesmo a Sua própria esposa,
para restabelecer a retidão (Dharma). “Abandone os apegos e alcance a perfeição
pela renúncia”, e a mensagem dos Vedas e dos Upanishads. O serviço desapegado ou
“Tyaga”, é a essência do Gita, como é dada neste último capítulo. Uma pessoa que
é um Tyagi não pode cometer pecados e está liberado do ciclo de transmigração.
Pode-se cruzar o oceano da transmigração e alcançar a praia da salvação mesmo
nesta vida, como bote do Tyaga.
Os nove tipos de renúncia conduzem à
salvação, baseados nos ensinamentos do Gita que são: (1) renúncia das ações
proibidas pelas escrituras (16.23-24); (2) renúncia da luxúria, ira, orgulho,
medo, gosto e desgosto, e inveja ou ciúme (3.34; 16.21); (3) afastar-se do
retardamento na busca da verdade (12.09); (4) abandonar o sentimento orgulhoso
do conhecimento e poder que se possua, com desapego, devoção e atos caridosos
(15.05; 16.01-04); (5) rejeição de motivos egoístas e apego aos frutos de todos
os trabalhos (2.51, 3.09, 4.20, 6.10); (6) renúncia dos sentimentos de que “eu
sou quem faz”, em todas as tarefas (12.13; 18.53); (7) abandonar os pensamentos
de usar o Senhor para a realizações
egoístas e desejos materiais (2.43, 7.16); (8) afastar-se dos apegos dos
objetos materiais como uma casa, riqueza, posição e poder (12.19. 13.09); e (9)
sacrificar a riqueza, o prestígios, e mesmo a vida por uma nobre causa e
proteção do reto agir (Dharma) (2.32, 4.28).
Aquele que nunca odeia um trabalho
desagradável, não é apegado ao trabalho agradável, é considerado um renunciante
(Tyagi), estando embebido com o modo da bondade, inteligência, e livre de todas
as dúvidas sobre o Ser Supremo (18.10).
Os seres humanos não podem se abster por
completo do trabalho. Então, aquele que renuncia completamente ao apego egoísta
aos frutos de todo o trabalho é considerado um renunciante
(18.11).
Os três frutos do trabalho – o desejável, o
indesejável, e o misto – acumulam-se após a morte de quem não é um renunciante
(Tyagi), mas nunca para um Tyagi (18.12).
AS CINCO CAUSAS DE QUALQUER
AÇÃO
Aprenda Comigo, Ó Arjuna, as cinco causas, como
são descritas na doutrina Sankhya, para a realização de todas as ações. Elas
são: o corpo físico, o assento do Karma; os modos da natureza materiais, o
fazedor; os onze órgãos da percepção e ação, os instrumentos; as várias forças
vitais; e o quinto, as deidades dirigentes dos onze órgãos
(18.13-14).
Estas são as cinco causas de qualquer ação,
seja correta ou errada, alguém as realiza por pensamento, trabalho e obra
(18.15).
Portanto, aquele que considera seu corpo ou o
Espírito (Atma, alma) como o único agente, não compreende, devido ao
conhecimento imperfeito (18.16).
Aquele que está livre da idéia de “fazedor” e
cujo intelecto não está poluído pelo desejo de colher o fruto – mesmo após ter
matado alguém – ninguém mata ou é atado pelo ato de matar
(18.17)
Aqueles que estão livres da noção de
fazedor, e livres do querer e não querer de seus trabalhos, e desapegados dos
frutos do trabalho, tornam-se livres das reações Kármicas, mesmo no ato de
matar.
Nota do tradutor: devemos entender
que Krishna está instruindo Arjuna antes de uma importante batalha, e que o
arqueiro está numa atitude negligente em empreender a sua missão como tal. Este
verso não deve ser entendido como uma licença para matar qualquer um sem motivo,
até mesmo porque há um pesado karma sobre quem mata uma outra pessoa sem que
tenha verdadeira razão e tenha sido autorizada a tal procedimento; mesmo porque,
uma atividade livre de algum resultado é muito difícil de ser alcançada nos dias
de hoje, pois trata-se de uma verdadeira Sadhana de constantes
aperfeiçoamentos.
O sujeito, o objeto, e o
conhecimento do objeto, são os tríplices condutores da força para uma ação. Os
onze órgãos, o ato, e o agente ou os modos da natureza material, são os três
componente da ação (18.18).
OS TRÊS TIPOS DE
CONHECIMENTO
O auto-conhecimento, a ação, e o agente diz-se
que são de três tipos, de acordo com a doutrina Sankhya. Ouça a tempo sobre
estes também (18.19).
O conhecimento pelo qual alguém vê como uma
mesma coisa imutável, a indivisível divindade em todas as criaturas, está no
modo da bondade (veja, também, 11.13 e 13.16) (18.20).
O conhecimento pelo qual alguém entende cada
indivíduo como diferente um do outro, semelhante conhecimento está no modo da
paixão (18.21).
O irracional, sem base, o conhecimento sem
valor, pelo qual alguém se apega a um único efeito – como ao corpo – como se
isso fosse tudo, semelhante conhecimento está no modo da escuridão ou ignorância
(18.22).
TRÊS TIPOS DE
AÇÃON
A atividade obrigatória, realizada, quer se
goste ou não, sem motivos egoístas, e apego aos frutos, está no modo da bondade
(18.23).
A ação realizada com egoísmo, com desejos
egoístas, e também com muito esforço, está no modo da paixão
(18.24).
A ação que é tomada por causa da ilusão,
indiferente às conseqüências, perda, que cause dano aos outros, bem como a sua
própria habilidade, está no modo da ignorância (18.25).
TRÊS TIPOS DE
AGENTES
O agente que está livre do apego, que não é
egoísta, doado, com determinação e entusiasmo, e que não se perturba no sucesso
ou no fracasso é chamado de bom (18.26).
O agente que é impaciente, que deseja o fruto
do trabalho, que é voraz, violento, impuro, e atingido pelo prazer e pela
aflição, é chamado de apaixonado (18.27).
O agente que
é indisciplinado, vulgar,
teimoso, malvado, malicioso, preguiçoso, deprimido, e procrastinador é chamado
de ignorante (18.28).
TRÊS TIPOS DE INTELECTO
Agora ouça a Minha explicação, plena e
separadamente, da tríplice divisão do intelecto, e decida, baseado nos modos da
natureza material, Ó Arjuna (18.29).
Ó Arjuna, aquele intelecto o qual entende o
caminho da ação, e o caminho da renúncia; da ação certa e errada, medo e
destemor, cativeiro ou liberação, está no modo da bondade
(18.30).
O intelecto está ano modo da paixão quando não
pode distinguir entre o reto agir (Dharma)
e a ação contrária ao dever (Adharma), e a ação certa e errada, Ó Arjuna
(18.31).
O intelecto está no modo da ignorância quando
aceita a injustiça (Adharma) como sendo justiça (Dharma), e pensa tudo o que não
é como sendo, Ó Arjuna (18.32).
OS TÊS TIPOS DE RESOLUÇÃO, E AS
QUATRO METAS DA VIDA HUMANA
Quem decide estar no modo da bondade controla
as funções da mente, Prana (força vital; bioimpulsos), e os sentidos, fazendo
apenas boas ações, Ó Arjuna (18.33).
Quem decide pelo modo da paixão, pelo qual
alguém deseja os frutos do trabalho, une-se à obrigação, à riqueza, e ao prazer
com grande apego, Ó Arjuna (18.34).
Fazendo as obrigações, ganhar
riqueza, desfrute material, e alcançar a salvação, são as quatro nobres metas da
vida humana para um chefe de família na tradição védica (obs. do tradutor:
trata-se de dharma, artha, kama e moksha). O Senhor Rama disse: aquele que está
engajado apenas da gratificação dos sentidos, abandonando a responsabilidade, e
adquirindo riqueza, em breve complica-se (VR 2.53.13). Aquele que usa as
obrigações, adquirindo riquezas, e desfruta dos prazeres sexuais de modo
balanceado, sem que uma coisa não danifica as outras duas, alcança a salvação
(MB 9.60.22). Uma pessoa completamente envolvida em adquirir e preservar a
riqueza material e posses, não tem tempo para a auto-realização (MB 12.07.41).
Alguém pode obter todas as quatro nobre metas pela devoção por Deus (VP
1.18.24). Devemos primeiro seguir o Dharma, fazendo as obrigações corretamente.
Então se ganha dinheiro e se faz progresso econômico, realizando todos os nobres
desejos materiais e espirituais, com o dinheiro que foi ganho, dirigindo o
progresso para a salvação, a única nobre meta do nascimento
humano.
Os seres humanos estão sempre
receando a morte, uma pessoa rica está sempre receosa do coletor de impostos,
ladrão, parentes, e desastres naturais (MB 3.02.39). há uma grande dor na
acumulação, guarda, e perda de riqueza. Os desejos por acumular riqueza nunca é
satisfeito; portanto, o sábio considera satisfeito com o prazer Supremo (MB
3.02.46). As pessoas nunca estão satisfeitas com a riqueza e as posses materiais
(KaU 1.27). Devemos sempre nos lembrar que nós somos apenas os consignatários de
todas as riquezas e posses.
Quem decide pelo modo da ignorância, pelo qual
uma pessoa estúpida não abre mão de dormir, dorme (em demasia), tem medo, pesar,
desespero, e desatenção Ó Arjuna
(18.35).
TRÊS TIPOS DE
PRAZERES
E agora ouça de Mim, Ó Arjuna, sobre os três
tipos de prazer. O prazer que alguém desfruta pela prática espiritual resulta na
cessação de todos os sofrimentos (18.36).
O prazer que aparece como veneno no começo, mas
é como néctar no fim, vem pela graça do Auto-conhecimento, e está no modo da
bondade (18.37).
Aquele que desfruta do oceano de
néctar da devoção, não faz uso do prazer sexual que é como água num reservatório
(BP 6.12.22). O rio do gozo material seca rapidamente após a estação das chuvas
se não há a o princípio da água espiritual. Os objetos materiais são como palha
para uma pessoa auto-realizada.
O prazer sexual que aparece como néctar no
começo, mas se torna como veneno no fim, está no modo da paixão (veja, também,
5.22) (18.38).
Dois caminhos – o benéfico caminho
espiritual e o caminho dos prazeres sexuais – estão abertos para nós. O sábio
escolhe o primeiro, enquanto o ignorante escolhe o último (KaU 2.020). Os
prazeres sexuais colocam fora o vigor dos sentidos e trazem doenças no final (Ka
U 1.26). Os prazeres sexuais não é o objetivo do precioso nascimento humano.
Mesmo o desfrute celestial é temporário e termina em sofrimento. Aquele que está
apegado aos deleites sexuais se comporta como um tolo que escolhe o veneno em
troca do néctar da devoção (TR 7.43.01). As pessoas ignorantes, devido à ilusão,
não pensam que elas estão tomando veneno enquanto o bebem. Elas apenas saber
após o resultado, e então é tarde demais (VR. 7.15.19). É uma tendência natural
dos sentidos se direcionarem, com facilidade, para os prazeres sexuais externos,
como a água flui corrente abaixo. O arrependimento segue a satisfação de todos
os desejos sexuais e materiais.
Os prazeres mundanos são como uma
miragem no deserto. Uma pessoa com sede pensa que é água o que vê, até que ela
volta a si e não encontra nada. A “felicidade” mundana é temporária e
inconstante, enquanto que a felicidade produzida pela vida espiritual é
permanente e contínua. Ramakrishna disse: “Não se sente intensa inquietação por
Deus até que todos os desejos mundanos sejam satisfeitos”. Manu é da opinião
que, deste modo, talvez seja mais fácil controlar os sentidos, após desfrutar
dos prazeres dos sentidos, e descobrir sua inutilidade e capacidade de causar
danos (MS 2.96). A perda dos desejos torna-se fácil após a maioria dos nossos
desejos estarem satisfeitos. Uma pessoa pode ser saudável e rica mas ainda será
triste, se não experimentar o prazer espiritual. A maturidade espiritual da
pessoa não a fará ter saudade dos prazeres mundanos.
O prazer que confunde uma pessoa no começo e
que no fim resulta em sono, preguiça, e desatenção está no modo da ignorância
(18.39).
Não há nenhum ser sobre a Terra ou entre os
controladores celestes no céu que possa ficar livre destes três modos da
natureza material (18.40).
A DIVISÃO DO TRABALHO ESTÁ
BASEADA NO HABILIDADE DA PESSOA
A divisão do trabalho humano, dentro de quarto
categorias, está baseada nas qualidades inerentes da natureza das pessoas ou
constituição delas (veja, também, 4.13) (18.41).
No sistema Védico antigo, as
atividades dos seres humanos eram segundo quatro categorias sociais, baseadas
nos três modos da natureza material. Estas quatro ordens são freqüentemente
confundidas com o moderno sistema de castas na Índia, e em outro lugar que
esteja baseando-se somente no nascimento. Estas quatro, universais, ordens
sociais da sociedade humana, são descritas pelo Senhor Krishna, relacionando a
natureza pessoal de cada um, qualidades, trabalho, e não o seu nascimento.
Aqueles que estão dominados pelo modo da bondade e são pacíficos, e
auto-controlados, são chamados de Braahmans. Aqueles que são controlados pela
paixão e preferem engajar-se na administração e serviços de proteção são
classificados como Kshatriyas. Aqueles sobre os modos mistos de paixão e de
ignorância, engajam-se na agricultura e no comércio, sendo chamados de Vaishyas.
Aquela maioria no modo inferior da ignorância são chamadas de Shudras, e suas
naturezas são de servir as outras três ordens sociais.
Os Vedas comparam a sociedade humano
com uma pessoa que possui quatro principais membros que representam amplamente
os quatro trabalhos e trabalhadores na sociedade. Os Vedas também estatuem que
Suas palavras são para toda a humanidade, para todas as pessoas (YV 26.02). há
somente dois tipos (ou castas) de pessoas, o decente e o indecente (Gita
16.060).
Os intelectuais que possuem serenidade,
auto-controle, austeridade, pureza, paciência, honestidade, conhecimento
transcendental, experiência transcendental, e acreditam em Deus, são
classificados como instruídos (Braahmans) (18.42).
Um intelectual é aquele que foi
mencionado acima (CF. o Mb, 3.180.21). Qualquer um pode ser chamado de
“intelectual” se ele ou ela possuem o
divino presente do auto-conhecimento (RV 10.125.05; AV 4.30.03). O
intelectualismo é uma aquisição – uma qualidade ou estado da mente – assim como
uma casta ou credo. Alguém iluminado quando conhece a Verdade Absoluta, e está
em contato com o Ser Supremo, sendo um Braahmans realmente, e ficando próximo de
Deus. Todos nascem iguais, mas podem se tornar inferior ou superior apenas pelas
ações.
Não importa o setor de alguma
sociedade dando predominância de casta, crença, raça, religião, cor, sexo, ou
local de nascimento, sobre a habilidade individual, as sementes plantadas na
sociedade, e por ineficiência, foram plantada no princípio para germinar. O
demônio da discriminação não conhece fronteiras nacionais. Ele é praticado
desafortunadamente por pessoas ignorantes por sobre todo o mundo, numa forma ou
outra. Ele é uma tentação humana e um complexo de superioridade. O sábio deverá
testar-se se submetendo a todos os tipos de sombras de preconceitos. Todos somos
filhos de Deus, iguais nos Seus olhos, e devemos agir de modo semelhante. Uma
pessoa, para o progresso da sociedade, deve ser julgada por sua habilidade, não
por algum outro modelo.
Aqueles que possuem as qualidade de heroísmo,
vigor, firmeza, habilidade, estabilidade na batalha, caridade, e dons
administrativos são chamados de líderes, ou protetores (Kshatriyas)
(18.43).
O protetor ideal possui firme,
oposição rígida, para todos os malvados na sociedade. A obrigação (Dharma) de um
protetor é de lutar contra toda a ação incorreta (Dadharma) e injustiça na
sociedade.
Aqueles que são bons no cultivo, no cuidado com
o gado, negócios, comércio, finanças, e indústria são conhecidos como homens de
negócios (Vaishyas). Aqueles que são muito bons nos serviços e atividade são
classificados como trabalhadores (Shudras) (18.44).
Um Shudra é uma pessoa que é
ignorante no conhecimento espiritual e está identificada com o corpo material,
devido a sua ignorância. De acordo como Senhor Krishna, estas quatro designações
ou tipos não determinadas por nascimento. Uma pessoa tipo Shudra pode nascer em qualquer família.
O resultado de uma atividade prévia de alguém, ou Karma, faz retornar a natureza
e hábitos de alguém.
As pessoas também nascem com certas
qualidade ou as desenvolvem através do treinamento e esforço. Aquele que não tem
as qualidades requisitadas das quatro ordens da sociedade, não podem ser
caracterizadas, impropriamente, somente pela virtude do nascimento ou posição.
A OBTENÇÃO DA SALVAÇÃO ATRAVÉS
DA OBRIGAÇAO, DISCIPLINA E DEVOÇÃO
Alcança-se a mais elevada perfeição pela
devolução pelo natural trabalho de alguém. Escute-Me como alguém alcança a
perfeição enquanto engajado no seu trabalho natural (18.45).
Alcança-se a perfeição pela adoração ao Ser
Supremo – de quem todos os seres se originam, e o qual a todo este universo
penetra – através da execução da natural obrigação de cada um dedicando-a Mim
(veja, também, 9.27; 12.10) (18.46).
O trabalho relativo à natureza da pessoa, ainda
que inferior, é melhor do que o trabalho não natural à pessoa, mesmo que bem
realizado. Aquele que faz um trabalho ordenado pela sua natureza inerente, sem
qualquer motivo egoísta, incorre em pecado (ou reação kármica) (veja, também,
3.35) (18.47).
O trabalho natural de alguém, embora
defeituoso, não deverá ser abandonado porque todas as obrigações são
desenvolvidas pelos defeitos assim como o fogo é coberto pela fumaça, ó Arjuna
(18.48).
Nada neste mundo possui apenas
qualidade boas ou más. Não há tarefa perfeita. Toda a iniciativa possui tanto
bons como maus aspectos (MB 12.15.50). Não importa o que você faz, mas
como você o faz, isto que é importante. O trabalho transforma-se em
adoração quando ele é feito numa atitude de adoração por Deus.
A pessoa cuja a mente está sempre livre do ao
apego egoísta, que subjugou a mente e os sentidos, e que é livre dos desejos,
alcança a suprema perfeição da liberdade do cativeiro do karma, através da
renúncia do apego egoísta aos frutos do trabalho (18.49).
Aprenda de Mim brevemente, Ó Arjuna, como
alguém que alcançou semelhante perfeição, ou a liberdade do cativeiro do Karma,
alcançando o Ser Supremo, a meta do conhecimento transcendental
(18.50).
Favorecido com o intelecto purificado;
subjugando a mente com firme resolução; afastando-se dos ruídos e de outras
coisas dos sentidos; abrindo mão do gostar e não gostar; vivendo na solidão;
comendo ligeiramente; controlando a mente, a fala e os órgãos de ação; estar
sempre absorto em Yoga da meditação; refugiando-se no desapego, e abrindo mão do
egoísmo, da violência, do orgulho, da ira, e do sentimento de propriedade –
torna uma pessoa pacífica, livre da noção de “Eu, meu, e para mim”, e adequa-a
para alcançar a união com o Ser Supremo (18.51-53).
Quando o archote da meditação
funde-se no serviço abnegado, no auto-conhecimento e no amor devocional durante
o rápido estado de transe, os raios da iluminação irradiam, a divina comunhão é
perfeita, o nevoeiro da ignorância desaparece, e todos os desejos materiais e
sexuais se evaporam da mente.
Absorvido no Ser Supremo, a pessoa serena não
sofre e nem deseja. Tornando-se imparcial para todos os seres, a pessoa obtém o
mais elevado amor por Deus (18.54).
Pela devoção uma pessoa entende,
verdadeiramente, o que, e quem, Eu sou em essência. Tendo Me conhecido em
essência, imediatamente, a pessoa liga-se a Mim (veja, também, 5.19)
(18.55).
Não há dúvida de que Deus pode
apenas ser conhecido pelo pensamento de
fé e inabalável devoção (BP 11;14;21). Existe inúmeras práticas espirituais –
não apenas uma – prescritas nas escrituras para adquirir fé devoção firme. O
conhecimento e a devoção são uma e mesma coisa, como uma árvore e suas sementes.
O processo inteiro de espiritualidade ganha partida pela fagulha da graça que
vem apenas com a fé, e não por outro método.
A ilusão de Maya impede a pessoa do
conhecimento e visão de Deus. Assim como alguém não pode ver o sal
todo-existente na água do oceano com os olhos, mas pode sentir o sabor pela
língua, de modo similar, o Ser pode apenas ser realizado pela fé e devoção, não
pelo raciocínio lógico. Deus pode ser realiza não apenas pela meditação e
auto-conhecimento, mas também através do extático amor e intensa devoção de
alguém pela deidade pessoal.
Somente Você pode conhecer a Você
mesmo quando tornar-se conhecido de si mesmo; no momento que alguém conhece a
Você, ele se torna uno Com você (TR 1.126.02). O conhecedor do Espírito torna-se
como Espírito (BrU 1.04.10; MuU 3.020.09). O reino de Deus está dentro de você
(Lucas, 17.21). Ninguém pode entrar no reino dos céus sem nascer de novo (pela
realização de que não somos estes corpos, mas espíritos dentro de um corpo)
(João, 3.03). Quem não receber o reino de Deus como uma criança, jamais entrará nele (marcos,
10.15). O Pai e Eu somos um )João, 10.30). O verdadeiro entendimento de Deus é
tornar-se como Deus.
Um devoto Karmi Yogi alcança a eterna e
imutável morada por Minha graça – mesmo enquanto realiza a sua obrigações –
apenas por tomar refúgio em Mim (por dedicar todas as ações para Mim com amor e
devoção) (18.56).
Ofereça sinceramente todas as ações para Mim,
coloca-Me como a sua meta suprema, e dependa completamente de Mim. Fixe a sua
mente em Mim, e se refugie em Karma Yoga (18.57).
Tudo antes de ser usado ou comido
deve primeiro ser oferecido para o Senhor, quem dá todas as coisas, antes de
colocarmos as coisas para nosso uso próprio. Isto inclui – mas não é limitado
para – alimentos, uma nova roupa, um novo carro, uma nova casa, e um bebê recém
nascido. Oferecer tudo para o Senhor é a mais alta forma de adoração que alguém
deve aprender e praticar todo o dia. De acordo com Swami Chidananda Saraswati
(Munijii) este verso tem a intenção de ter o Seu nome (nome de Deus) no seu
coração e nos seus lábios, e para ter Seu trabalho em suas
mãos.
O karma Yoga salva alguém de ser
confundir-se no ciclo da roda de transmigração e conduz a liberação. O KarmaYoga
é recomendado mesmo para aquele que não acredita em Deus, para quem não tem
conhecimento de Deus, para quem não possui fé e devoção e, conseqüentemente, não
pode seguir qualquer outro caminho espiritual.
Você superará todas as dificuldades por Minha
graça, quando a sua mente tornar-se fixa em Mim. Mas se você não escutar isto de
Mim, devido ao ego, você perecerá (18.58).
O CATIVEIRO KÁRMICO E O LIVRE
ARBÍTRIO
Se devido ao egoísmo você pensa: “eu não irei
lutar”!, você resolverá em vão, porque a sua própria natureza deve compelir você
para a luta (18.59).
Ó Arjuna, você é controlado por sua própria
natureza, nascida nas impressões Kármicas. Portanto, tem de fazer - mesmo contra
o seu querer – o que você não deseja fazer, devido a ilusão
(18.60).
A mente, freqüentemente, conhece o
que é certo e errado, mas corre atrás do mal -relutantemente – pela forçadas
impressões Kármicas. O sábio deverá sempre manter isto em sua mente antes de
encontrar faltas nos outros.
NÓS NOS TORNAMOS OS FANTOCHES
DE NOSSO PRÓPRIO LIVRE-ARBÍTRIO
Para satisfazer o livre arbítrio o
ignorante, estupefato pelos três modos da natureza material, o bom Senhor cria
um ambiente condizente para ocupar em ações indesejadas. Nosso livre arbítrio
nos limita como uma guia limita um cão. Como um facilitador, Deus corresponde
com todos de acordo com seus desejos e deixa-os realizar os desejos criados pelo
livre arbítrio. O Senhor usa Sua energia cinética ilusória, chamada de Maya,
para engajar as entidades vivas em bons e maus atos, de acordo com seus desejos
e seu bom ou mau Karma previamente acumulado
O Senhor Supremo – como o controlador habitante
na psique interior de todos os seres – motiva-os para trabalhar nos seus Karmas,
como um fantoche (do karma criado pelo livre arbítrio), montados numa máquina
(18.61).
O controlador Supremo (Ishvara) é o
reflexo do Espírito Supremo no corpo. O Senhor Supremo organiza, controla, e
direciona tudo no universo.
O Senhor faz as leis Kármicas
enquanto controlador de todas as entidades vivas. Então, necessitamos estudar
com paciência prolongada tudo o que o destino impõe pegando refúgio n´Ele, e
seguindo Seus mandamentos (TR 2.218.02). Os Vedas declaram que o Senhor, usando
o Karma, nos faz dançar como um malabarista faria seu macaquinho dançar (TR
4.6.12). Sem as leis do Karma, as injunções escriturais, proibições, bem como o
auto-esforço não terão valor como tais. O Karma é a justiça eterna e a lei
eterna. Como um resultado do trabalho da justiça eterna, ali não pode haver fuga
das conseqüências de nossas ações. Nós nos tornamos o produto de nosso próprio
passado, pensamento e ação. portanto, nós devemos pensar e agir com prudência no
momento presente, usando as escrituras como guia.
A doutrina do Karma e da
reencarnação é também encontrada nos seguintes versos do Corão: “Allah é Ele
quem criou você, e portanto, sustenta você; por isso causa a sua morte e dá a
vida a você de novo (Surah 30.40). Ele pode recompensar aqueles que acreditam e
fazem boas ações. Ninguém pode escapar das conseqüências dos seus atos; para o
que semeamos nós colhemos. A causa e o efeito não podem ser separados porque os
efeitos existem na causa como no fruto existente na semente. As boas e más ações
nos seguem continuamente como nossas sombras.
A Bíblia também diz: quem quer que
derrame o sangue do homem pelo homem derramará seu sangue (Gênesis, 9.06).
Acredita-se que todas as referências ao Karma e reencarnação foram retiradas da
Bíblia durante o segundo século, com o nobre propósito de encorajar as pessoas
para se esforçarem durante esta vida. Aqueles que acreditam em reencarnação
devem evitar a preguiça e o adiamento, disciplina espiritual intensa, e tentar o
pegar o melhor da auto-realização nesta vida como se não houvesse reencarnação.
Viver como se este fosse o último dia na Terra. Não podemos alcançar qualquer
coisa através da preguiça e adiamento.
Não se pode levar a riqueza, a fama,
e o poder daqui para o futuro; mas pode-se transformar isto para dentro de um
bom ou mau Karma, e trazer no interior de uma vida futura. Mesmo a morte não
pode tocar o Karma de alguém. Aqueles que agem com muita piedade nas suas vidas
passadas alcançam a fama nesta vida sem muito esforço.
Procure refúgio no Senhor Supremo apenas, com
amor e devoção, ó Arjuna. Por Sua graça você terá paz suprema, e alcançará a
Morada Eterna (18.62).
Assim, eu expliquei para ti o mais secreto dos
conhecimentos. Após refletir plenamente sobre isto, fala o que você desejar
(18.63).
O CAMINHO DA RENDIÇÃO É O
FUNDAMENTAL PARA DEUS
Ouça novamente Minhas mais secretas e supremas
palavras. Você é muito querido para Mim; portanto, Eu direi isto para o seu
benefício (18.64).
Fixe a sua mente em Mim, seja devotado a Mim;
ofereça o serviço para Mim; reverencie a Mim, e você certamente irá alcançar-Me.
Eu prometo a você porque você é meu amigo muito querido
(18.65).
Ponha de lado todas os feitos meritórios e
rituais religiosos, e simplesmente renda-se por completo a Mim, com fé firme,
amor e devoção. Eu irei libertar você de todos os pecados, as amarrados do
Karma. Não sofra (18.66).
O significado de abandonar todas as
obrigações e tomar refúgio no Senhor é de que um buscador deverá realizar todas
as suas obrigações sem apego egoísta, oferecendo tudo ao Senhor, e ser total e
unicamente dependente de Deus, por ajuda e guia. O Senhor assume a total
responsabilidade para a pessoa que depende totalmente d´Ele. Se você encontrar
uma boa solução e apegar-se a ele, a solução irá em breve tornar-se o próximo
problema. As escrituras dizem: o sábio não deve apegar-se, mesmo às ações
corretas, durante toda a sua vida, mas deverá engajar a sua mente e o intelecto
na contemplação do Ser Supremo (MB 12.290.21). Deve-se desenvolver um espírito
de genuína auto-rendição para o Senhor, oferecendo tudo a Ele, incluindo os
frutos da disciplina espiritual. Nós devemos conectar todo o nosso trabalho como
Divino. O mundo é controlado pelas leis ou desejos de Deus. Têm-se que aprender
com o querer de Deus. Sejamos agradecidos na prosperidade e aceitar a
adversidade pro Ele desejada.
A ordem é liberar-se nos resultados
nas ações piedosas ou impiedosas, que cegam alguém neste mundo material; sendo
necessário oferecer cada ação para Deus. Quando um devoto trabalha com
sinceridade para Deus, Deus protege o devoto do toque de Maya, a energia externa do Senhor. Se alguém,
voluntariamente, depende do Senhor Supremo, em todas as circunstâncias, então os
bons e maus resultados (dos pecados) do trabalho, automaticamente, irão até Ele,
e nos tornamos livres do pecado.
Um verdadeiro devoto observa: Ó
Senhor, eu me lembro de Vós porque Vens em primeiro lugar. Quebra-se todas as correntes do cativeiro e
nos tornamos livre mesmo nesta vida tão logo se adquire o saber e a firme
convicção que tudo é feito pelo desejo de Deus, e que este é o Seu mundo, Seu
passatempo, e Sua batalha, não nossa, e observando a nós mesmos como meros
atores no jogo divino, e o Senhor como o grande diretor do drama cósmico da
alma, no estágio da criação. A rendição do desejo individual para o desejo
divino, é a culminância de toda a prática espiritual, resultando na prazerosa
participação no drama das alegrias e tristezas da vida. Isto é chamado de
liberação, ou Mahayana no Budismo. Não se pode entender Deus sem que se liberte
da noção de fazedor ou proprietário. A graça de Deus é despertada quando nos
tornamos firmemente convictos que não somos “fazedores”, alcançando-se
imediatamente a liberdade nesta vida. O Senhor arranja para o conhecimento da
auto-realização revelado-o para uma alma rendida.
Render-se a Deus não envolve
abandonar o mundo, mas realizar que tudo acontece de acordo com Suas leis e por
Sua direção e poder; reconhecer plenamente que tudo é controlado e governado
pelo plano divino é render-se a Ele. Na rendição, deixa-se o plano divino
regular a vida sem abandonar o melhor esforço. Isto é a renúncia completa da
existência individualista ou o ego. Este
é o sentimento: Ó meu amado Senhor, nada é meu; tudo, incluindo meu corpo, mente
e ego, é Seu. Eu não sou Deus, mas um servo de Deus; salve-me do oceano da
reencarnação. Eu tentei sair do oceano do mundo material, usando todos os
métodos, ditos nas escrituras, e falhei. Agora eu descobri o processo final, o
processo de buscar a graça divina através da oração e da rendição. Deus pode ser
descoberto pelo buscador com a Sua ajuda no descobrimento, e não apenas por
práticas espirituais. Assim, inicia-se a jornada espiritual como um dualista,
experiencia o monismo, e novamente retorna-se ao dualismo. Uma jornada bem
sucedida inicia e termina no mesmo lugar.
O processo de rendição pode ser
chamado de o quinto ou último caminho do yoga – os outros quatro são o caminho
do serviço abnegado, o conhecimento metafísico, devoção e meditação. O Senhor
Deus direciona a mente e os sentidos das entidades vivas de acordo com o seu
karma nascido dos desejos. Mas no caso de rendição dos devotos, portanto, ele
controla os sentidos diretamente de acordo com os Seus desejos e para o melhor
proveito do devoto. Deixe-O ser o dirigente da sua jornada espiritual e você
simplesmente aprecie a caminhada. Muniji, maravilhosamente, explicou este
processo. Ele disse: “Cada dor, cada saudade, cada desconforto, torna-se um
presente e graça Seus quando você coloca isso no Seu abrigo. Se você coloca as
rédeas de seu carro-vida nas Suas mãos, você será sempre feliz, sempre estará em
paz. Esta é a lição da rendição final”.
Este é a graça divina ou poder, que
vem na forma de auto-esforço. A graça divina e o auto-esforço, bem como o
dualismo e o monismo, são nada mais do que os dois lados de uma mesma moeda da
Realidade. A graça de Deus está sempre disponível – alguém tem de coletá-la.
Conseguir a graça não é fácil. Consegue-se a graça pela sinceridade, disciplina
e esforço espiritual. A graça é a nata do esforço – nosso próprio Karma bom.
Diz-se que o esforço é absolutamente necessário, mas o último degrau da escada
para o Supremo não é auto-esforço, mas a oração por Sua graça no espírito de
rendição. Quando tudo está rendido a Ele, e se entende verdadeiramente que Ele é
a meta, o caminho, a viagem, bem como os obstáculos do caminho, vício e virtude,
tornam-se impotentes e inócuos, como uma cobra sem os caninos.
Segundo Shankara, se qualquer objeto
outro exceto o Ser Supremo – o Campo da Energia Cósmica – mostra-se como
existência, ele é irreal como uma miragem ou como a presença de uma cobra numa
corda. Quando alguém entende com firmeza que não há nada exceto o Ser Supremo e
Seu suporte, todo o Karma é extinto; rendendo-nos aos Seus desejos, alcança-se a
salvação. Yukteshwar disse: “A Vida
humana está assentada com sofrimento até que nós descobrimos como nos render ou
nos direcionar com o querer divino, que está embaçado em nosso intelecto”. O
Corão diz: “Quem quer que siga a Minha guia, nenhum medo cairá por sobre ele;
nem eles sofrerão” (Surah, 2.38). Os Upanishads dizem: O conhecedor do Supremo
ultrapassa o sofrimento.
Este conhecimento jamais deverá ser falado para
quem não é devotado, que não tem austeridade, que é sem devoção, que não quer
ouvir, ou que fala mal de Mim (18.67).
Falar da sabedoria para uma pessoa
iludida; glorificar em sacrifício a uma personalidade mesqiunha; aconselhar o
controle dos sentidos para uma pessoa irascível, e discursar sobre o Senhor
Rama, explorando a lascívia, é tão imprestável como semear em chão estéril (TR
5.57.01-02). Não é qualquer alma que acredita, salvo a permissão de Allah. Você
não deverá compelir alguém a acreditar (Surah 10.100-101). Qualquer um a quem
Deus não concedeu a luz (do conhecimento) não terá luz (Surah 24.40). O estudo
do Gita é um meio apenas para pessoas sinceras. De acordo como Ramakrishna,
pode-se entender Deus até que Ele faça-nos entender. O Guru Nanak disse: “Ó
amado; somente àqueles a quem dá o conhecimento divino,
obtêm-no”.
De acordo com a Bíblia: não dê o
que é sagrado aos cães. Não jogue pérolas aos porcos. Eles irão apenas
pisoteá-los por sob os seus pés (Mateus, 7;06). Ninguém chegará a Mim a menos
que o Pai que Me enviou atrair ele ou ela para Mim (João 6.44). O recipiente do
conhecimento necessita ter inclinação espiritual e busca sincera. O conhecimento
dado sem ser perguntado é sem propósito, e deve ser evitado. Há um tempo para
tudo sob o céu. Nós não podemos mudar o mundo; nós podemos apenas mudar as vidas
de umas poucas almas sinceras cujo o tempo para uma mudança chegou por Sua
graça.
O MAIS ELEVADO SERVIÇO PARA
DEUS, O A MELHOR CARIDADE
Aquele que propagar esta filosofia secreta – o
transcendental conhecimento do Gita – entre Meus devotos, realizará o mais
elevado serviço devocional para Mim, e certamente virá até a Mim, e não haverá
ninguém sobre a Terra que seja mais querido por Mim
(18.68-69).
A ignorância é a mãe de todos os
pecados. Todas a qualidades negativas, como o luxúria, a ira, o orgulho, nada
mais são do que manifestações da ignorância. Dar o presente do conhecimento é a
melhor caridade. É equivalente a dar o mundo inteiro em caridade (MB
12.209.113). O melhor bem-estar é o ajudar os outros a descobrir a sua real
natureza, que é a origem da eterna felicidade, melhor do que prover de coisas
materiais e confortos para uma felicidade temporária. A Bíblia diz: Quem quer
que obedeça a lei, e ensina os outros o mesmo, será grande no reino dos céus
(Mateus, 5.19). A felicidade não é alcançada pela riqueza e gratificação dos
sentidos, mas através da fidelidade a uma causa digna (Helen
Keller).
A GRAÇA DO GITA
Aqueles que estudarem nosso sagrado diálogo
realizarão um ato sagrado na propagação e aquisição do auto-conhecimento. Esta é
a Minha promessa (18.70).
O Senhor e Suas palavras são uma só
coisa. O estudo do Gita é equivalente a adoração a Deus. A vida na sociedade
moderna é toda trabalho e não é espiritual. Swami Harihar disse: “O estudo
diário de apenas uns poucos versos do Gita irá recarregar as baterias mentias e
dará sentido para a estúpida rotina da vida da sociedade moderna”. Para
estudantes sérios, o estudo de um capítulo do Gita, ou vários versos, dos
quarenta versos selecionados, dados no final deste presente livro, é altamente
recomendado”. (Veja o capítulo a parte dos 40 versos do
Gita)
Quem quer que ouvir este sagrado diálogo com
fé, e sem criticar, se tornará livre do pecado, e irá alcançar o paraíso – o
mais elevado mundo, daqueles cujas ações são puras e virtuosas
(18.71).
Um sumário da “Glória do Bhagavad
Gita”, foi elaborado nas escrituras e é dado abaixo. Ler esta Glória do Gita
gera fé e devoção no coração, que é essencial para colher os benefícios do
estudo do Gita.
A meta do nascimento humano é para
governar a mente e os sentidos, e alcançar o destino da liberação. O regular
estudo do Gita é certo que ajudará a alcançar esta nobre meta. Aquele que é
regular no estudo do Gita torna-se feliz, pacífico, próspero, e livre do
cativeiro do Karma, apesar de engajado na realização de atividades mundanas. Os
pecados não mancham quem regularmente estuda o Gita, assim como a água não molha
uma flor de lótus. O Gita é a melhor morada do Senhor Krishna. A potência
espiritual do Senhor permanece em cada verso do Gita. O Bhagavad-gita é o
depósito do conhecimento espiritual. O Senhor, pessoalmente, falou esta suprema
ciência do Absoluto que contém a essência de todas as escrituras para o
benefício da humanidade. Todos os Upanishads são como vacas; Arjuna é como um
bezerro; Krishna é como o ordenhador; o néctar do Fita é o leite; e as pessoas
de intelecto purificado são os bebedores. Não é necessário estudar outras
escrituras se estudarmos com seriedade o Gita, contemplar-se o significado dos
versos, e praticar os seus ensinamentos na nossa vida diária.
Os assuntos deste mundo são primeiro
administrados pelo primeiro mandamento do Criador – os ensinamentos do serviço
abnegado, livre de egoísmo – então belamente expostos no Gita. O sagrado
conhecimento, de que somente as obrigações realizadas por alguém, sem se
procurar por uma recompensa, é o Seu ensinamento original que conduz à salvação.
O Gita é como um navio pelo qual podemos cruzar com facilidade o oceano da
transmigração e alcançar a liberação. É dito que onde o Gita é cantado ou lido
com amor e devoção, o Senhor faz-Se presente em pessoa, para ouvir e desfrutar
da companhia de Seus devotos. Ir ao local onde o Gita é regularmente cantado ou
ensinado é como ir a um local sagrado de peregrinação. O Senhor pessoalmente vem
para receber o Seu devoto em Sua Morada Suprema quando o devoto abandona o seu
corpo físico contemplando o conhecimento do Gita. Aquele que O lê regularmente,
recita-O para outros, ouve-O e segue o sagrado conhecimento contido no Gita é
certo que irá obter a liberação do cativeiro do Karma e alcançará o Nirvana.
Qualquer que seja o engajamento na
realização das obrigações mundanos, aquele que é regular no estudo do Gita
torna-se feliz e livre do cativeiro Kármico. Todos os sagrados centos de
peregrinação, deuses, sábios, e grandes almas residem no local onde o Gita é
recitado, e o Senhor reside onde ele é lido, escutado, ensinado, e contemplado.
Pela leitura repetida do Gita, alcança-se a bem-aventurança e liberação. Aquele
que contempla os ensinamentos do Gita no tempo da morte torna-se livre do pecado
e alcança a salvação. O Senhor Krishna pessoalmente vem levar a pessoa para a
Sua Morada Suprema, o local mais elevado no plano da existência.
A graça do Gita não pode ser
descrita. Seus ensinamentos são simples bem como são ocultos e profundos. Novos
e profundos significados são revelados para um estudante sério do Gita. E os
ensinamentos ficam sempre inspiradores. O interesse num estudo sério do Gita não
está disponível para todos mas somente para aqueles com bom Karma. Devemos
iniciar muito cedo no estudo do Gita.
O Gita é o coração, a alma, a
respiração, e a voz do Senhor. Nenhuma austeridade, penitência, sacrif~icio,
caridade, peregrinação, promessa, jejum o continência equipara-se ao estudo do
Gita. É difícil para uma pessoa comum, ou mesmo para grande sábios e
acadêmicos, entender a profundidade e o
secreto significado do Gita. Entender o Gita completamente é como um peixe medir
a extensão do oceano; um pássaro tentar medir
o céu. O Gita é o profundo oceano do conhecimento do Absoluto; somente o
Senhor poder entendê-lO completamente. Ninguém outro, senão o Senhor Krishna,
poderá declarar a autoridade do Gita.
Ó Arjuna, você escutou istocom sincera atenção?
A sua ilusão, nascida da ignorância, foi completamente destruída?
(18.72).
Arjuna disse: por Sua graça minha ilusão foi
destruída; eu adquiri auto-conhecimento; minha confusão a respeito do meu corpo
e Espírito foi dissipada; e eu obedecerei Seus comandos
(18.73).
Quando alguém realiza Deus por Sua
graça, os nós da ignorância são desatados, todas as dúvidas e confusões são
desfeitas, e todo o Karma é exaurido (MuU 2.02.08). O verdadeiro conhecimento do
Ser Supremo vem apenas por Sua graça.
Sañjaya disse: assim, eu escutei este
maravilhoso diálogo entre o Senhor Krishna e Arjuna, arrepiando sucessivamente o
meu cabelo (18.74).
Pela graça do sábio Vyasa, eu escutei este
maior segredo, e o Yoga supremo, diretamente de Krishna, o Senhor do Yoga, que
em pessoa falou para Arjuna, diante dos meus olhos clarividentes, concedidos
pelo sábio Vyasa (18.757).
Ó rei, pela repetida lembrança deste
maravilhoso e sagrado diálogo entre o Senhor Krishna e Arjuna, eu estou tremendo
a cada momento, e (18.76).
Sempre que recordo, Ó rei, a maravilhosa forma de Krishna, eu fico
muito impressionado, e me regozijo repetidamente (18.77).
TANTO O CONHECIMENTO
TRANSCENDENTAL, COMO A AÇÃO, SÃO NECESSÁRIOS PARA EQUILIBAR A
VIDA
Em todo o lugar que estejam, tanto Krishna, o
Senhor do Yoga (ou Dharma na forma das escrituras), e Arjuna, com o arco da
obrigação, e proteção, ali haverá prosperidade,vitória, felicidade, e
moralidade. Esta é a Minha convicção (18.78).
Onde estiver Dharma (obrigação
correta; reta ação), lá estará a graça do Senhor Krishna; onde estiver a graça
do Senhor Krishna, ali terá paz e vitória (MB 6.43.60). A paz eterna e a
prosperidade na família são possíveis apenas pela realização das obrigações com
conhecimento metafísico pleno do Absoluto. A paz e prosperidade da nação
dependem tanto do conhecimento das escrituras como do uso das armas de proteção,
como também da ciência e da tecnologia. É dito que a ciência e a tecnologia sem
espiritualidade são cegas, e que espiritualidade sem tecnologia é
aleijada.
Fim do
Bhagavad-Gita
Obs.
about 18.17 verse:
Translator
to Portuguese note:
we should understand that Krishna is giving instruction’s to Arjuna before an
important battle and the archer is in a negligent attitude to attempt your
mission like this. This verse is not to see like a license to kill anybody
without any motive, because have a hard karma on the people what kill other
without one good and authorized proceeding motive. Considering that in this
times any activities with fully detached is a very difficult, because it’s a
sincere Sadhana to ceaseless improvement.
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